E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos
não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os
justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento. Marcos 2:17
O Senhor Jesus usou termos como “doentes” e “médico”. Isso nos lembra
de locais onde essas pessoas costumam estarem com freqüência, os hospitais.
Quando comparamos a
Igreja a um grande hospital, levando em consideração os termos “doentes” e
“médico” usados por nosso Senhor, podemos ... pensando literalmente em um
hospital, vemos que existem ambulâncias. Veículos usados para ir até onde estão
pessoas doentes, machucadas e que necessitam serem tratadas e trazidas ao
hospital com certa urgência. São nas ambulâncias que os primeiros socorros são
dados. E depois de estabilizados, são trazidos para receber atendimento mais
aprofundado, criterioso e serem observados com mais calma.
O grande
hospital-Igreja também deve ter essa função. Ir até onde estão os doentes e lá
dar os primeiros cuidados e socorros. Isto é o que o Senhor Jesus nos declara
em Marcos 16:16. Ir ou indo até onde estão os que precisam. Esta é grande
comissão. Isto faz parte da missão desse grande hospital chamado Igreja.
Podemos entender essas
ambulâncias de forma espiritual, como os braços e pernas da Igreja. É o
evangelismo pessoal atuando onde convivemos e estamos. A ambulância espiritual
alcançando o colega de trabalho, de escola, de faculdade. Pode ser indo até
nosso vizinho, nosso parente. Pode ser na fila do banco, no ponto de ônibus,
enfim, onde estivermos, podemos ser as ambulâncias desse grande hospital,
levando os primeiros cuidados, socorros aos doentes sem Deus, espalhados por
esse mundo.
Mas, também existem os
que chegam por conta própria, (se bem que entendo que é Deus que os move para a
Igreja), e que devem ser acolhidos por esse hospital espiritual, pela
comunidade cristã. Aqui vale também o ensino de Cristo, pois temos que
recebê-los e encaminhá-los aos diversos setores, alas, especialidades
(ministérios) desse grande hospital (1 Cor. 12; Efésios 4).
O interessante é que
assim como em um hospital que possui pessoas designadas e destacadas para
várias especialidades, funções e serviços, na Igreja também existem uma
diversidade e variedade de dons, talentos, funções e serviços (ministérios), revelando
a importância que Deus dá ao trabalho em equipe e a participação de todos os
crentes na vida da Igreja. Todos têm funções e serviços a realizar.
Veja como existem
muitas semelhanças entre a Igreja e um hospital:
A
Maternidade: Nos melhores hospitais sempre existe a maternidade.
É ali que nascem os bebês. É onde ocorrem os partos. Na Igreja também isso deve
ser uma constante (João 3:7). Os novos nascimentos devem ocorrer. Igreja que
não vive a experiência de ter nascimentos, onde não se tem bebês espirituais,
está em processo de estagnação, de decadência espiritual.
Mas, assim como em um
hospital existem aqueles que fazem os partos e aqueles que cuidam dos bebês
imediatamente aos partos, na Igreja também Deus capacita pessoas para tais
funções (ministérios). Os nascimentos, os partos se dão pelo poderoso
convencimento do Espírito através da pregação do Evangelho. Os pregadores,
evangelistas e ensinadores da Palavra de Deus têm parte nisso. Deus os capacita
extraordinariamente para exercer esses ministérios visando alcançar os
pecadores perdidos (os pacientes). Após isso são encaminhados ao Berçário.
No berçário entra o
trabalho dos enfermeiros (as) espirituais, cuidando dos bebês que acabaram de
nascer.
É necessário
aquecê-los, dar-lhes carinho e amor, encaminhá-los a primeira mamada, muitas
vezes niná-los, dar o “colinho”, enfim, observá-los com cuidado e zelo, pois
ainda são totalmente incapazes de viver sozinhos. São bebês. Precisam que
alguém cuide deles.
Talvez Deus tenha
capacitado você para ser um destes que servem na maternidade ou no berçário
espiritual. Talvez seu ministério seja encaminhar aos partos ou cuidar dos
bebês espirituais.
A
Pediatria: Nos hospitais existe uma área destinada ao
atendimento às crianças. Na Igreja, quando os bebês são bem cuidados e
alimentados adequadamente, eles crescem e se tornam crianças. Estão se
desenvolvendo (1 Cor. 3: 12). E também necessitam de cuidados especiais.
Nesta fase já conseguem
pegar os alimentos e comer até sozinhos. Porém, não discernem o bom alimento
daquele que pode prejudicar-lhes a saúde. Ainda precisam que alguém prepare o
que vão comer (é preciso preparar a famosa "papinha" ou a mamadeira
que alguns teimam em não deixar).
Importante saber que
gostam muito de alimentos que são saborosos ao paladar. Não são simpáticos
àqueles que são fundamentais para o bom crescimento. Preferem os doces, as
guloseimas e tudo que lhes traz satisfação naquele momento. Também fazem muita
bagunça e barulho. São extremamente sensíveis e melindrosos. Choram à toa.
Dormem quando é pra ficar acordado e ficam acordados quando é pra dormir.
Quebram as coisas. Falam o que não é pra falar. Ficam “emburrados” e gostam
muito de ser elogiados.
Ora, são crianças. O
que podemos esperar? Não podemos exigir deles que tenham atitudes de adultos.
Chegarão lá.
Temos que ter
paciência, amor e entender isso.
Por isso, precisam de
pessoas cuidando deles.
A boa alimentação
(discipulado, ensino, aconselhamento...) são alimentos essenciais para as
crianças crescerem, mas não esqueça de vez em quando de levá-las para passear
(momentos de comunhão), de brincar com elas (confraternizações, eventos) e de
demonstrar seu amor de forma objetiva (ouvindo-as e dedicando a elas sua
atenção). Tudo isso faz parte da boa infância, inclusive espiritual.
Talvez você seja uma
dessas pessoas que Deus capacitou para cuidar das crianças espirituais nesse
grande hospital que é a Igreja.
A Clínica
Geral: Nos
hospitais e clínicas, os clínicos gerais são aqueles que tratam, a princípio,
de todo tipo de enfermidade crônica em seu diagnóstico inicial. Quando
verificam qual tratamento devem disponibilizar ao doente o encaminham a um
especialista naquela área.
Na Igreja podemos
encontrá-los realizando o trabalho de ensino de uma forma geral. Podem ser
professores de Escola Bíblica ou líderes de grupos pequenos, por exemplo. Levam
o alimento a todos e o remédio necessário àqueles que estão sendo tratados de
enfermidades espirituais crônicas, como é o caso de pessoas que sempre ficam
doentes da mesma enfermidade. São curadas, mas por não cumprir com as
observações e medicamentos prescritos voltam a ficar doentes. Precisam ser
corrigidas e advertidas de tais atitudes. Os clínicos gerais tem muitas vezes
essa função.
Talvez Deus tenha
capacitado você para ser um clínico geral.
A Ala
Cirúrgica: Os cirurgiões são aqueles responsáveis pelas
operações mais delicadas e indispensáveis quando os demais tratamentos não
surtiram o efeito desejado. São tratamentos drásticos. Não há mais a
possibilidade desses doentes serem curados através de medicação ou tratamentos
mais comuns. É necessária uma cirurgia.
Na Igreja ou através da
Igreja, muitas vezes isso também é necessário para que o doente seja restaurado
ou até salvo.
A cirurgia é dolorosa e
sofrida. Muitas vezes é demorada e trabalhosa. Requer um período de preparação
e após, de restabelecimento. Mas, se feita corretamente e se seguida de todas
as precauções e cuidados, restaura a qualidade de vida do doente.
Espiritualmente isso também é um fato. Não podemos expulsar (excluir) doentes
simplesmente porque estão doentes. Não é pra isso que existe o hospital
(Igreja)? Não podemos mandar embora os que precisam ser tratados. Esse não é o
papel de um hospital, e muito menos de uma Igreja verdadeiramente cristã.
Deus capacita certos crentes
para esta tarefa (ministério). São líderes que entendem a importância e o
momento certo de efetuarem essa operação. São homens e mulheres de Deus,
capacitados, vocacionados e preparados para esse delicado trabalho.
Você pode ser um
destes. Já pensou nisso?
O CTI: Este
local é temido por todos. Quando se está internado no CTI corre-se sério risco
de morte. Geralmente, aqui as pessoas estão em coma, ou seja, muitas estão
vivas apenas porque aparelhos assim o permitem.
Estão quase mortas. Já
não conseguem se comunicar com as demais pessoas. Não falam. Não vêem. Estão
inconscientes.
Espiritualmente, muitos
assim se encontram. Já não conseguem ver as coisas espirituais, não conversam
mais sobre as coisas de Deus e não percebem que a consciência foi cauterizada
pelo pecado que estão cometendo constantemente. Alguns já serviram e
trabalharam em um hospital local (igreja local), mas hoje estão tão doentes
quanto os que um dia trataram.
Estão vivos
espiritualmente porque alguém ainda ora e intercede por eles. Estão ainda vivos
porque Deus ainda os ama e os tem preservado.
Porém, precisam de
tratamento intensivo. Precisam de remédios específicos e de muita paciência,
para que novamente voltem à vida que já desfrutaram.
O coma pode durar
horas, dias, meses e até anos. Requerem dos médicos e enfermeiros que trabalham
nesse setor muita perseverança, esperança, confiança e fé.
Mas, enquanto estiverem
ligados pelos aparelhos, tudo pode mudar.
Você pode ter sido
chamado e capacitado por Deus para trabalhar em um CTI espiritual e cuidar
dessas pessoas enquanto estão inconscientes, até que despertem.
A
Geriatria: Esta área é separada para os mais idosos, ou seja,
aqueles que já viveram muitos anos e agora estão em sua velhice. Os cuidados
aqui são tão especiais quanto para as crianças. Alguns dizem que nessa fase
voltamos a ser crianças.
Os nossos queridos mais
experientes necessitam também de uma alimentação adequada a sua idade. Alguns
ficam doentes com enfermidades próprias da idade, causadas muitas vezes pelo
excesso de trabalho durante a vida ou ainda pela má alimentação que tiveram. Alguns
têm feridas antigas que carregam sem ainda estarem cicatrizadas. Também
requerem atenção e carinhos constantes, mas acima de tudo possuem uma sabedoria
de vida sem igual que não pode e não deve ser desprezada.
Gostam muito de
conversar e de contar os acontecimentos ocorridos na sua vida. Ouvi-los com
atenção sincera além de ser remédio para eles, nos traz conhecimento para nossa
vida.
Aprendemos muito com
eles. E mais, um dia lá estaremos.
Quem sabe, você não foi
capacitado por Deus para cuidar deles.
Percebeu como existem
muitas semelhanças entre um hospital literal e uma igreja local.
Há muitas outras, porém
creio que essas já bastam para compreendermos nossa missão.
E sendo assim, algumas
perguntas são pertinentes.
Qual sua especialidade
nesse grande hospital que é a Igreja?
Temos como membros
dessa Igreja nos preocupado com os doentes que estão fora de nossas paredes?
Temos nos preocupado em
alcançá-los?
Temos nos preocupado
com os doentes dentro de nossas paredes?
Temos buscado curá-los
ou temos expulsado muitos porque estão sofrendo de enfermidades graves?
Temos tido paciência?
Temos compreendido que
as enfermidades, muitas vezes são acompanhadas de revolta e desânimo? Temos
aplicado o bom remédio de Deus? Temos amado o suficiente?
Finalmente, observando
a analogia usada por Cristo, temos entendido que a Igreja Cristã, também pode
ser entendida como o maior hospital desse mundo?
O dono desse hospital e
de todos que nele trabalham garante a vitória sobre a enfermidade que assola a
humanidade, o pecado.
Comuniquemos, revelemos
e apliquemos o remédio para a cura dos doentes. Remédio esse que um dia nos foi
comunicado, revelado e aplicado, Jesus Cristo.
Pr. Magdiel G Anselmo.